Estávamos nós na sala de aula, 106, na aula de Português com a professora Cláudia. A as classes estavam em forma de círculo, que mais parecia um ovo, e a professora falava sobre não me lembro o quê, então ela passou para o lado um maço de folhas, uma para cada aluno. Cada um pegava a sua e passava o resto adiante… era para ser assim pelo menos. Como era de se esperar, alguma coisa aprontaríamos, e foi o que aconteceu. Eu estava bem distante do resto da FUFA, umas cinco classe de distância, quando um deles começou a trancar as folhas: ao invés de pegar uma e passar o resto, eles passavam uma por uma, resultando numa bagunça geral na turma. O pior é que dessa vez eu não tinha nada a ver com o acontecido, eu estava prestando atenção na aula. Eu só me lembro de ter visto o Edgar (já falávamos com ele e a FUFA já estava formada na época) rindo e passando as folhas restantes adiante, querendo se livrar da batata quente, quando de repente… as folhas chegaram em mim, foi justamente neste momento que a professora percebeu o que estava acontecendo! Ela simplesmente parou a aula e disse: “Olha gente, tem coisas que acho legais, mas outras que eu acho tão babacas…”. Ela disse isso olhando diretamente para mim, e a turma inteira também olhava, como se eu fosse o culpado. O pessoal, os que tinham começado, só ficavam rindo… Mas a professora Cláudia, que era muito amiga da FUFA, depois disse: “Estão vendo esses garotos aí? Vocês ainda vão ouvir falar deles…” E ela estava certa. Aqui estamos nós, escrevendo sobre esses acontecimentos que marcaram nossa passagem pelo CMPA. Alguns colegas nossos diziam que o nosso grupo não sairia da 106. Eles erraram.
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