quinta-feira, 31 de março de 2011

UM NOVO COMEÇO

   Lágrima:(lá.gri.ma)s.f. 1.Gota de líquido incolor e salgado produzida pela glândula lacrimal.(dicionário).Na verdade, isso não define o que é uma lágrima, não no seu sentido mais profundo. Lágrima é o estado físico de um sentimento, seja ele de felicidade ou de tristeza.
Sete anos de nossas vidas se passaram entre as históricas arcadas do quase centenário Colégio Militar de Porto Alegre; se você não sabe o que é isso, talvez não entenda o que estou dizendo, mas não pare de ler. Em 2004, quando a maioria de nós entrou no colégio(eu entrei em 2005), na 5°série, nos deparamos com um ambiente novo,(feito!gol do grêmio,3x1 contra o Atlético-PR), regrado e muito mais disciplinado. O mais difícil, para mim, foi uma nova mudança de colégio e ter de deixar meus antigos amigos. Logo de cara eu pensei “não gosto daqui”. Mal sabia eu que essa era uma das maiores bobagens que já pensei(olha que já foram várias, o pessoal da FUFA sabe).
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Mas então, o que faz o Casarão da Várzea ser tão especial? Durante os anos que estudamos lá, recebemos algumas visitas de vários ex-alunos, que, ao subirem no palanque, se mostraram comovidos por retornarem ao antigo Casarão, de estarem tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe de suas lembranças. Perto por estarem ali, onde tudo aconteceu, e longe por saberem que passou e não tornará a acontecer. Discursavam sobre seus tempos de “baleiros”, seus aprendizados, suas experiências, contavam que o CMPA lhes ensinou a serem homens de bem, justos, e com conhecimentos que os tornaram preparados para o mundo. Por fim, diziam que tinham muito orgulho de terem estudado no colégio. “Tudo, todo tempo!”. Todas as formaturas de quarta-feira o Coronel Piágio proclamava essa frase, mas a maioria de nós não entendia realmente o que ele estava querendo dizer. Agora, ela parece tão clara quanto…hoje em dia até a água de nosso planeta não é tão límpida, mas entendo perfeitamente a frase. A amizade é o grande diferencial do Casarão da Várzea. Em qualquer escola pode-se fazer amigos, é claro, mas não da maneira que fazemos no CM. Por acaso alguma outra escola tem o espírito de equipe que nós temos? As formaturas diárias, esteja o tempo frio ou quente; a função de chefe ou subchefe de turma a cada semana; a faxina da sala de aula que cada aluno faz em determinado dia; as formaturas gerais(o alinhamento, a cobertura, as posições de sentido, descansar, apresentar armas, as divisões dos pelotões por séries e companhias, o DESFILE!); a canção do CMPA; a saudação escolar(que eu nem sei o que significa, mas tenho certeza que lembrarei para sempre); do projeto Lugar e Ambiente(um mutirão de limpeza do Parque Farroupilha feito pelos alunos e integrantes do colégio); os TIs(trabalho interdisciplinar); os clubes e os grêmios que estão disponíveis para os alunos; o desfile de 7 de setembro(!); a amizade com os professores, militares e funcionários; enfim, alguma escola tem esse espírito de equipe? Pois é…
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Infelizmente tudo tem o seu fim, e 2010 foi o fim de nossa convivência, como alunos, com o Casarão da Várzea. No último dia de aula(que não teve aula alguma), foi o aniversário do nosso professor de artes, Ten Lapenta, e passamos boa parte da manhã em sua sala. Ele nos disse que éramos o melhor terceiro de todos os tempos… Com certeza somos o melhor de 2010. Enquanto estávamos na sala, muitos começaram a chorar. Eu já disse o que é uma lágrima, é exatamente isso que pude ver nos rostos de quem chorava: finalmente, depois de sete anos, chegamos ao fim. No recreio fizemos a “dança das cadeiras” no meio do pátio, para nos divertirmos um pouco. Fizemos uma festinha comunitária entre as turmas do 3°, mostrando como somos civilizados(foto do sorvete). Uma segunda festa foi feita por nós, da FUFA, pela terceira vez, na sala de espera do gabinete odontológico, para comemorarmos, também, nossos últimos momentos no CMPA(como alunos, eu espero). Infelizmente não foi permitido fazer o “arrastão” pelo colégio(ou iríamos para a PE!). Farinha de trigo, farinha de mandioca, erva mate, ovos, óleo de soja, cimento, água de peixe e outras “especiarias” são os ingredientes essenciais para quê? Uma boa farinhada, é claro. Foi o que fizemos no último dia das AEs em uma das quadras. O chão ficou coberto pela mistura desses ingredientes, e no final, alguns alunos ficaram até bem tarde limpando a sujeira(com a ajuda da equipe de limpeza).
último dia 024farinhada-hp 7 009farinhada-hp 7 013  Nunca tive muitos amigos, mas, os que tenho, guardo com muito estimo. Amigos que fiz no CMPA e que levarei para o resto da vida. Agora estamos deixando de lado o aconchego do Casarão da Várzea, para começarmos um novo começo em nossas vidas. Nós nascemos sem pedir, e morremos sem querer(as pessoas normais), por isso aproveitemos o agora:TUDO TODO TEMPO!
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Vanderlei Amaral

quarta-feira, 30 de março de 2011

MORO NUM PAÍS TROPICAL

          Mudei. Mudei a maneira de me referir aos meus próprios textos. Antes eu os chamava de “postagens”, termo totalmente vinculado à Internet, ou aos blogs. Esse termo deixou de ser diferente para se tornar comum. Hoje em dia até o Twitter começou a ser chamado de microblog. Algo está errado: um blog é feito de postagens, e postagens são muito mais do que apenas 140 caracteres. Não interessa. O fato é que mudei a maneira de me referir aos meus textos, de postagens para “crônicas”. Mas isso não tem nada a ver com o que eu ia escrever na minha crônica (ficou legal chamar assim).
          Por que as músicas brasileiras, pelo menos as que ficam famosas repentinamente, estão cada vez piores? Quando eu digo que as músicas estão ficando piores, eu me refiro às músicas de “modinha”, como a ridícula “Rebolation” ou a irritante “Minha Mulher Não Deixa Não”. Existem outras, mas essas são mais atuais, e as que eu menos suporto. Como é possível, que com apenas uma frase ridícula, alguém consiga conquistar milhões de pessoas? Como alguém consegue inventar, ao mesmo tempo, uma nova língua e uma letra idiota, como a segunda música mencionada? A resposta é muito simples: os brasileiros não leem. Não há o habito, muito menos a cobrança, de leitura nas escolas públicas, que é onde estudam (quando estudam) a maioria dos brasileiros. Isso acarreta nos analfabetos funcionais, que são pessoas que não entendem absolutamente nada do que leem ou escrevem.
          A primeira frase da música “Minha Mulher Não Deixa Não”, “Ei! Tu quer beber?”, foi feita por um analfabeto funcional, pois o autor, com certeza, não prestou atenção às aulas de Português, onde deveria ter aprendido que a conjugação do verbo “querer” na 2° pessoa do singular é “queres”. E o que ele faz? Espalha a burrice para 14 milhões de outros analfabetos (segundo dados da Ipea, de 12/2010).
          E a música “Rebolation”? Que... Coisa... Mais... Ridícula. Quando ouvi ela pela primeira vez no rádio, eu dei uns tapas no aparelho para verificar se a música não tinha trancado, pois eu não aguentava mais ouvir aquela frase...eu não vou escrevê-la. Por que ele não canta “vai ler alguma coisa, sa, alguma coisa”? Pensando bem, acho que os ouvintes não entenderiam. Falta de livros para serem lidos não é o problema. Temos uma das literaturas mais ricas do mundo, e também grandes autores, como Machado de Assis, José de Alencar, Cecília Meireles, Érico Verissimo, Mario Quintana, Moacyr Scliar, entre outros. Há também um paradoxo: no Brasil, os livros são caros porque os brasileiros não leem, e os brasileiros não leem porque os livros são caros. Mas, caso fossem baratos, duvido que eles leriam. Engraçado, não?
          Conclusão: os brasileiros não aprendem. Vamos aos dados. O Brasil é o terceiro país mais desigual da América Latina (07/2010), segundo o índice Gini, que é o mais usado para medir a desigualdade de renda. Quanto mais perto de 1, pior. O Brasil tem índice 0,56 e o Haiti, só para se ter uma ideia, tem 0,59. A educação seria uma das soluções para acabar com tanta desigualdade, uma educação pública de qualidade é essencial. Mas infelizmente, isso não existe, e vai demorar muito para que exista. Por que as faculdades públicas são cheias de alunos de classe média para cima? Porque são eles que têm condições de pagar pelos melhores colégios e cursinhos. Como já foi dito, o Brasil tem 14 milhões de analfabetos, em geral, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea, em 12/2010). O Japão, após a 2° Guerra Mundial, tomou como uma das medidas investir na educação, atitude que o colocou entre os mais ricos do mundo, atualmente. Não foi só o Japão que fez isso, eu só o citei por causa da situação que os japoneses estão passando, e ainda assim mostram ter condições de se reerguer. Mas o Brasil, meu amigo, é uma “criança”, e ainda não aprendeu com os “grandes”. A explicação para isso, grosso modo, é que vivemos em um país oligárquico. Apenas 5% da população pertencem à classe “A”, e mesmo assim, são eles os que “governam” (não era bem essa palavra). Para se dar bem, ou você nasce em uma família que tenha uma boa condição financeira, ou pare de ler agora e comece a lutar para chegar aos “poucos” que se dão bem nesse país. Felizmente, é possível viver bem, sem fazer parte dessa oligarquia. Mas é preciso muito esforço, dedicação e estudo.
          Só vamos avançar, quando o Governo abrir os olhos, e tomara que o faça.


fontes:http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/07/brasil-permanece-um-dos-mais-desiguais-do-mundo-apesar-de-progresso-diz-onu.html
http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2010/12/analfabetismo-cai-no-brasil-mas-aumenta-em-cinco-estados-diz-ipea.html
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/brasil-e-o-terceiro-pais-com-a-pior-desigualdade

Vanderlei Amaral

segunda-feira, 21 de março de 2011

DEIXANDO UMA MARCA NO CMPA, LITERALMENTE

          Eu comecei a escrever a postagem anterior para narrar como foi o nosso (FUFA) ato de “homens das cavernas”, mas achei melhor separar. Então vamos lá.
          O que eu tinha em mente para a nossa pedra, era fazer uma marca para que cada pessoa que passasse por ela, parasse e olhasse. Mas eu sabia que isso não seria fácil. Eu já sabia o que queria desenhar, só não sabia como. O símbolo não parece tão complexo, mas desenhá-lo em uma pedra seria trabalhoso. O esforço não seria em vão, eu já expliquei por quê.
          Depois de um encontro no Clube de Radioamadores, eu e um colega (Vicente) ficamos planejando como desenhar o brasão, e combinamos de vir no dia seguinte para fazê-lo. Doze horas mais tarde estávamos nós no CMPA com o símbolo impresso em uma folha de papel e imaginando por onde começaríamos. Depois de tantas ideias, como riscar com um lápis por cima da folha, tentar fazer o desenho à mão, sujar de giz o verso da folha para marcar na pedra, e outras ideias malucas, finalmente encontrei uma maneira de concluir a missão, ou melhor, de começar. Coloquei o papel no chão, peguei um formão e comecei a martelar, levemente, o contorno do desenho. Retirei o papel, e pude ver um fraco, porém visível, traço na pedra. Foi o suficiente. Eu e o Vicente repetimos o procedimento em todas as linhas e curvas (que foi o mais difícil). Depois de um certo tempo, tínhamos um fraco brasão da FUFA no chão do CMPA. Estava tarde, e resolvemos voltar outro dia para terminar. Porém, no outro dia eu fui sozinho, ele não pôde ir. Eu apenas afundei os traços com um prego. Na terceira vez que trabalhamos, já tive o efeito que desejara. Todos os meus colegas, que também estavam gravando seus nomes nas pedras, viam o nosso desenho e ficavam impressionados, pois ele realmente estava muito bonito. O dia estava muito quente e o sol estava insuportável, a solução foi ficar segurando um guarda-chuva com uma mão e com a outra eu desenhava. Estavam lá dois assistentes, um que tirava as fotos (Ezequiel) e outro que segura o guarda-chuva (Alisson), quando eu cansei de segurar e desenhar ao mesmo tempo. Durante a manhã, alguns colegas perguntaram como eu fiz, me pediram dicas, ferramentas (um está com minha chave de fenda até hoje), tiraram foto comigo, até alguns professores paravam e ficavam olhando. Isso que ainda não estava pronto!
          Nosso grupo tem dois anos de fundação, superamos algumas barreiras para chegarmos até onde estamos. O primeiro passo do caminho foi nos tornarmos amigos; o segundo foi praticarmos remo; o terceiro passo foi a criação do brasão; o quarto foi a criação do blog; o quinto foi aumentar o número de membros do nosso grupo (de 5 para 8); o sexto passo foi criar um time para a Superliga; o sétimo foi aparecer inúmeras vezes no site do CMPA e o oitavo passo foi fazer história no Casarão da Várzea. História que ninguém nunca vai poder compreender, viver o que vivemos, mesmo que contemos todos os detalhes, de como exatamente aconteceu, só nós saberemos. Será coincidência entre o número de passos citados e o número de integrantes do nosso grupo? Não, pois se formos pensar bem, cada um contribuiu, com a sua maneira, para que isso acontecesse. É... não será tão cedo que seremos esquecidos.
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Vanderlei Amaral

domingo, 20 de março de 2011

ESCRITOS CUNEIFORMES

          A História sempre foi baseada em registros, sejam eles livros, pergaminhos, documentos, depoimentos, escritos cuneiformes ou arte rupestre. A História pôde ser contada através de simples desenhos nas paredes ou até mesmo por símbolos cuneiformes, pois são uma forma de registrar algum fato que aconteceu. Na era da internet, não é de se esperar que esses atos continuem; mas eles continuam.
          O ser humano, por natureza, gosta de ser valorizado, gosta de ser elogiado, e normalmente aquele que diz “não, é exagero seu” é porque quer ouvir o elogio novamente. O Colégio Militar de Porto Alegre é, por excelência, um histórico, renomado, e desejado estabelecimento de ensino. Pesquisas e resultados mostram que é um dos melhores colégios do Rio Grande do Sul, e do país. Os valores lá ensinados não são aprendidos em qualquer lugar. Não é à toa que já estudaram sete ex-presidentes da República em suas salas de aula.
          O Casarão da Várzea prova sua competência pelo grande número de aprovações em vestibulares, concursos, e em competições esportivas Quem não teve a chance de desfrutar de tamanha oportunidade, a de estudar no CMPA, lamento, mas perdeu muito.
          Depois de tantas delongas eu pergunto: quem não gostaria de ter seu nome gravado nas pedras do CMPA? Como eu disse antes, o ser humano gosta de ser reconhecido, e qual reconhecimento seria maior do que ter seu nome gravado nas paredes do quase centenário Casarão da Várzea? É tradição dos ex-alunos escrever seus nomes nas pedras do chão do Casarão, além de ter seus nomes nas placas de formatura. Podemos ver nomes gravados no chão do colégio tão antigos quanto nossos avós. Assim, no futuro talvez nós mesmos possamos ser reconhecidos por nossos nomes gravados nas paredes ou no chão do CMPA. Quem sabe um de nós não será presidente daqui a alguns anos, ou trabalhar para grandes empresas como a Google ou a Intel, ser um escritor ou quem sabe um grande poeta, afinal não seria a primeira vez que isso aconteceria, não é mesmo?
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Obs. : algumas imagens retiradas do site do CMPA (http://www.cmpa.tche.br).

Vanderlei Amaral

sexta-feira, 18 de março de 2011

UM POUCO SOBRE O RADIOAMADORISMO

          Hoje em dia as pessoas estão acostumadas a conhecer e falar facilmente com indivíduos, de outros países inclusive, pelas famosas redes sociais. Mas antigamente não era bem assim que as coisas funcionavam. Podia-se manter contato à distância via cartas, é claro, mas isso demoraria muito. Eis que com a mesma rapidez de uma rede social, no início do século XX já era possível falar com pessoas de qualquer lugar do planeta, e fazer amigos, tudo isso pelo radioamadorismo. Rápido, fácil, seguro e o melhor: grátis.
          Os radioamadores também são extremamente importantes em situações de acidentes, terremotos, enchentes, entre outros. Nessas situações pode ser que a área do desastre fique isolada, sem comunicação telefônica, e sem socorro. Como o rádio não precisa de internet ou linha telefônica (que poderiam estar sem sinal), os radioamadores podem facilmente entrar em contato com a Defesa Civil ou com a polícia, pedindo ajuda. Isso já aconteceu inúmeras vezes, como durante a II Guerra Mundial, o atentado de 11 de setembro, o tsunami que devastou vários países da Ásia em 2004, o furacão Katrina, os terremotos no Haiti e no Chile, e até mesmo as recentes calamidades causadas pela chuva nos Estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro. Esses são apenas exemplos bem conhecidos. Falando em conhecido, existem (e existiram) muitos radioamadores famosos, como Akio Morita-JP1DPJ (fundador da SONY), Juscelino Kubitschek-PY1JKO (acredito que você saiba quem é), Nolan Bushnell-W7DUK (fundador da ATARI), Priscilla Presley-N6YOS (ex-esposa de Elvis Presley), Rachel de Queiroz-PT7ARQ (escritora brasileira), Steve Wozniak-WA6BND (fundador da APPLE), e muitos outros. Pois é, até mesmo Rachel de Queiroz foi radioamadora. Essas letras e números que você leu após o nome de cada radioamador são o chamado indicativo. O indicativo é a identificação de uma estação radioamadora. Por exemplo, se um radioamador de outro Estado brasileiro entra em contato com a nossa estação rádio, ele vai se referir a nós como PY3CM. Durante a conversa é claro que ele saberá que falou com pessoas do Colégio Militar de Porto Alegre, mas o que contará como um contato para ele será o nosso indicativo.
          Bom, quando os radioamadores estabelecem contato entre si, é quase uma regra a troca de cartões QSL, que são cartões-postais que representam a confirmação do contato. Esses cartões são como “figurinhas” que os radioamadores colecionam, e os DXs (contatos à longa distância) são os mais apreciados. Falando em cartões QSL, o Clube de Radioamadores já está bolando o seu. O rádio não é usado só para fazer amigos, existem vários concursos, os chamados contestes. Normalmente os contestes são realizados em datas comemorativas, e há a possibilidade de ser feito um conteste pelo centenário do CMPA, em 2012. O Clube de Radioamadores do CMPA já se consagrou campeão em duas modalidades do CVA 2010 (Concurso Verde-Amarelo), em CW (telegrafia) e SSB (fonia) na categoria subdiretoras militares.
          Graças a ajuda que os radioamadores já deram à população, no dia 24 de outubro de 2001 foi criada a RENER (Rede Nacional de Emergência de Radioamadores). Criada com o objetivo de suprir os meios de comunicações usuais, quando não puderem ser usados, em casos de calamidades públicas, a RENER reconhece e oficializa a importância dos radioamadores. Juntamente a isso, a LABRE (Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão), fundada e 02 de fevereiro de 1934, é quem representa os radioamadores no âmbito nacional, coordenando as operações entre Defesa Civil e radioamadores. Existem três classes de radioamadores, “C”, “B” e “A”, cada uma podendo se comunicar em determinadas faixas de frequências. Para tornar-se radioamador, você deve procurar a LABRE correspondente a seu Estado e inscrever-se para o Teste de Capacidade Operacional e Técnica para Acesso/Promoção ao Serviço de Radioamador, realizada pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações).
          Em conversas entre radioamadores, é comum eles se despedirem com um “73”, que é uma forma de cumprimento, como “um grande abraço”. Antigamente foi criada uma lista de várias frases ou palavras que eram representadas por números, e o “73” ficou mais conhecido e é usado até hoje.
Então, 73.
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Vanderlei Amaral

quinta-feira, 10 de março de 2011

DEPOIMENTO DE PARTICIPAÇÃO NO CLUBE

Depoimento de participação no Clube de Radioamadores do CMPA
Uma das melhores e mais instrutivas atividades que tive em 2010 foi a participação no Clube de Radioamadores do CMPA. Em pleno terceiro ano, nada melhor do que um clube de alunos para ser usado como válvula de escape de toda a pressão sobre essa última etapa no colégio. Esse é um dos objetivos de todos os clubes do CMPA: uma atividade extraclasse visando o entretenimento entre os alunos. O objetivo principal, porém, é o ensino através dessa atividade, seja ela de História, Geografia, Matemática, Química ou Física. A grande dificuldade deve ser atrair os alunos para um clube que ensine Física (no nosso caso). Eu fui convidado por um colega a participar do clube em questão e de cara fiquei muito interessado em participar. Não sabia o que era radioamador, mas sabia o que era um rádio e gostaria de aprender qualquer coisa sobre isso, já até me imaginava mexendo em equipamentos ou até falando através de um rádio. Para confirmar minhas expectativas, no primeiro dia que fui ao clube já fizemos nossa primeira atividade prática: cortamos e depois emendamos um fio para fazermos uma extensão. Nessa atividade usamos alicates, chaves de fenda, ferro de solda, estilete, e outras ferramentas. Nada melhor do que isso para passar as tardes no Casarão. Fizemos inúmeras outras atividades práticas, como a criação de nossa antena dipolo; nossos contatos com radioamadores de São Paulo; nossas medições da intensidade do campo eletromagnético no colégio; nossos experimentos com o osciloscópio; entre outros. O principal é que aprendíamos a prática e a teoria de todas elas, com as palestras que recebemos e os mapas conceituais que nós mesmos criamos. Aprendemos vários assuntos relacionados à Física, tais como: circuitos elétricos, ondas, campos, eletricidade, magnetismo, eletrônica, e muitos outros assuntos discutidos nos encontros, como Física Moderna. Nós aprendíamos Física com diversão e prazer, eu contava os dias para chegar na quinta-feira e ir para o laboratório de Física às 14h para mais um encontro no clube. Nossas atividades foram reconhecidas e divulgadas no site do CMPA, disponíveis também no nosso blog ( http://cluberadioamadorcmpa.blogspot.com/ ). O nosso clube e blog já foram reconhecidos por várias pessoas também, recebemos muitos elogios pelo nosso trabalho. Só me resta dizer que foi um grande prazer e uma honra ter participado do clube. Tudo isso não seria possível sem o grande esforço do Tenente Bruscato, responsável e idealizador pelas atividades desenvolvidas no Clube de Radioamadores do Colégio Militar de Porto Alegre.
Vanderlei Amaral Vieira Junior
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EXPLICAÇÃO DO HINO DO RADIOAMADOR

Você pode ver abaixo o Hino do Radioamador. Como existem alguns termos radioamodorísticos, eu fiz uma interpretação. Em negrito está o hino, e em itálico está a interpretação. A música você pode ouvir neste link (http://podcast1.com.br/canais/canal1484/hino_radioamador.mp3) .
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Hino do Radioamador
Letra: Adriano Tambellini – PY2EO
              Odilon F. Monteiro – PY2BQO
              Luiz Adamião Pereira – PY5JW
Música: Arnaldo Meirelle
Interpretação: Vanderlei Amaral



Amadores de Rádio-emissão
Vanguardeiros da terra e do ar
Somos todos amigos e irmãos
AmateurfunkstationInclusive os que habitam o além mar
Noite e dia na escuta a ficar
Aguardando um DX conseguir
Na frequência começa a chamar
Compreendido o colega a pedir.
Radioamadores,
Que estão à frente da terra e do ar;
Entre os radioamadores é comum a amizade,
Mesmo com pessoas de lugares distantes, além-mar
Pelas frequências, que são os “canais” de comunicação;
DX é um contato a longa distância, que é muito valorizado.
radioamador


Avante, R.N.R
Desfraldai a bandeira do porvir
Com a LABRE toda ela unida
Ao bem comum ireis servir.
( Repete o estribilho 2 vezes )
R.N.R., Rede Nacional de Radioamadores;
Tremular a bandeira do futuro;
LABRE, Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão;
Uma das grandes contribuições dos radioamadores
É a ajuda em calamidades públicas.
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Atenção, atenção meu amigo
Aqui estou para te atender
Diga lá o que queres comigo
Que te ouço com prazer
Somos amadores de rádio
Cheios d’alma de sangue viril
Alcemos o nosso coração
Para amar este grande Brasil.
O radioamadorismo é um hobby que permite conhecer pessoas,
oscarcarecapainelivceltew5Fazer amigos, além de concursos nacionais e internacionais;
É possível saber o que se passa tanto no norte quanto no sul do Brasil
Na mesma velocidade da luz.

Avante, R.N.R.
Desfraldai a bandeira do porvir
Com a LABRE toda ela unida
Ao bem comum ireis servir.
( Repete o estribilho 2 vezes ).
R.N.R., Rede Nacional de Radioamadores
Tremular a bandeira do futuro;
LABRE, Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão;
Uma das grandes contribuições dos radioamadores
É a ajuda em calamidades públicas.
FIM
fonte: http://www.arpapr.org.br/civismo_hinoradioamador.html (hino) .

Vanderlei Amaral